Eram justamente esses momentos mais rebolativos os mais esperados pelo público, como na dobradinha final com as agitadas "Hips don't lie" e a copeira "Waka waka", mesmo com falhas no microfone que a impediram de ser ouvida no começo do hino da Copa de 2010.
"Essa noite eu sou paulista", avisou logo no começo, com português de leve sotaque lusitano. Sem uma requebradinha sequer, a colombiana iniciou sua apresentação às 20h50, ao som da mansa "Pienso en ti", única faixa retirada de sua estreia em disco, "Pies descalzos" (1996).
Em uma hora e quarenta minutos, o show dançante que a maioria esperava foi brecado por momentos de distorção roqueira ("Wherever, whenever", em versão quase irreconhecível até a chegada do refrão) e de mansidão. Shakira mostrou que para ela nem tudo tem que terminar em contorcidinhas sensuais. Seus quadris podem até não mentir, mas sabem se acalmar de quando em vez.
É assim quando empunha violão em "Inevitable". "Escrevi numa noite como essa, em Barranquilla, com meus amigos. E se tornou uma das favoritas do repertório", anunciou. A bonita faixa está no álbum "Dónde están los ladrones?" (1998).
Seu segundo disco, dos tempos em que era morena e usava tranças, cedeu ainda "Ciega, sordomuda", "Si te vas" e "Ojos asi". Contribuiu com quatro faixas, assim como o CD mais recente "Sale el sol" (2010). Faz sentido quando se lembra que Shakira vive a citar em entrevistas sua necessidade de relembrar uma "fase mais rock and roll do começo de carreira", nas palavras dela.
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